"Nosso setor vê com bastante preocupação [as novas medidas]. O que a gente entende é que o governo, para conseguir o equilíbrio fiscal, precisa trabalhar as receitas, mas também a eficiência do gasto, e a gente não tem visto medidas de corte de gastos para que haja esse equilíbrio com a menor tributação possível", declarou.

No domingo (8) à noite, Haddad anunciou ao lado de lideranças partidárias da Câmara dos Deputados algumas medidas arrecadatórios que serão alternativas à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), depois do imbróglio causado por um decreto governamental há algumas semanas.

Entre as alternativas anunciadas está o fim da isenção do rendimento das Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que não eram tributadas e servem como incentivo ao setor habitacional do Brasil.

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"Foi uma boa medida a criação das LCIs e, agora com a taxação, é um desincentivo. Então ficamos bastante preocupados", acrescentou Correia.

O presidente da CBIC ressaltou que existe um déficit habitacional de cerca de 7 milhões de habitações. Segundo ele, as novas medidas vão afetar principalmente a classe média que busca financiar um imóvel.

"É uma medida utópica falar em zerar o déficit habitacional, mas mostra o tamanho que nosso país tem em relação à habitação, que é um direito constitucional e não tem uma previsão orçamentária garantida, assim como tem a saúde e a educação".

"O financiamento tem sido a grande preocupação do setor quando a gente trata de imóvel para a classe média, acima de R$ 500 mil e até R$ 2 milhões. Esse público precisa de complementos ao pagamento. A escassez de recursos da caderneta de poupança, a alta da Selic e, agora com a tributação, isso mostra realmente um desincentivo", concluiu.

 

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