A redução da alíquota para zero foi adotada em diversos momentos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), diante de um quadro de aumento dos preços, beneficiando principalmente a entrada no país de etanol de milho americano.

No início de 2023, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) restabeleceu a alíquota de importação sobre o biocombustível, que hoje é de 18%.

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Para o governo brasileiro, embora pedidos por um corte das tarifas nunca tenham desaparecido com Joe Biden na Casa Branca, eles eram concentrados pelo Departamento de Agricultura e tinham menos peso político.

Na avaliação de autoridades em Brasília, Trump deve elevar pressões sobre esse tema, já que o "Corn Belt" (Cinturão do Milho) – principal região produtora de etanol nos Estados Unidos – tem base eleitoral trumpista.

Dos seis estados que compõem o cinturão, cinco deram vitória para o republicano nas eleições presidenciais: Iowa, Nebraska, Missouri, Indiana e Kansas. A democrata Kamala Harris venceu apenas em Illinois.

O governo Lula espera um engajamento maior de Washington nesse pedido, mas se prepara para barganhar. Em contrapartida a qualquer eventual movimento para o etanol, exigirá maior abertura do mercado americano para o açúcar e a carne bovina.

As discussões podem ser retomadas no momento em que o Brasil estuda elevar, de 27% para 30%, a mistura de etanol anidro na gasolina.

O aumento do teor foi permitido pela Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2024, e as montadoras iniciaram testes – que deverão ser concluídos nos próximos meses – para verificar a capacidade de adaptação dos motores na frota de automóveis.

Se não forem constatados impactos relevantes, uma decisão pode ser tomada ainda no primeiro trimestre. A eventual elevação da mistura de etanol na gasolina geraria demanda adicional pelo anidro de 1,2 bilhão a 1,4 bilhão de litros por ano.

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