Os filmes arrecadaram US$ 511 milhões (R$ 2,42 bilhões) em vendas de bilheteria no fim de semana de estreia, de acordo com o Boxoffice.com, que citou dados da Warner Bros., produtora de "Barbie", e da Universal Studios, que está por trás de "Oppenheimer".
Foi “Barbie” que ficou no topo, ganhando US$ 337 milhões (R$ 1,60 bilhões) globalmente, em comparação com os US$ 174 milhões (R$ 826 milhões) de “Oppenheimer”. Isso deu ao filme da boneca da Mattel a maior abertura de fim de semana de 2023 até agora e a maior estreia de uma diretora.
Timothy Richards, executivo-chefe da Vue International, a maior operadora privada de cinema da Europa, disse em um comunicado no domingo (23) que esse foi o maior fim de semana dos últimos quatro anos em vendas de ingressos.
“A Vue teve seu maior número de issões de fim de semana desde 'Vingadores: Ultimato' em 2019”, disse Richards, acrescentando que foi “um momento incrivelmente empolgante para a indústria”.
A bilheteria encerra semanas do marketing intenso de ambos os filmes, especialmente “Barbie”, comédia e drama existencial da diretora Greta Gerwig sobre a busca da icônica boneca por significado, relevância e o enfrentamento ao sexismo do mundo real.
Aqui no Brasil, o Burger King fez hambúrgueres com molho rosa para divulgação do filme. Além disso, a Crocs lançou uma linha de sandálias rosa choque e o Airbnb criou uma versão em tamanho real da Malibu DreamHouse da Barbie para alugar na Califórnia.
O contraste com “Oppenheimer” da Universal Studios não poderia ser maior. O filme, dirigido por Christopher Nolan, acompanha a jornada do físico americano J. Robert Oppenheimer, do jovem gênio a diretor do Projeto Manhattan, no qual chefiou a criação da bomba atômica.
No entanto, a estreia simultânea parece ter alimentado o interesse em ambos. AMC, a maior rede de cinemas do mundo, disse na semana ada que 60.000 pessoas compraram ingressos para ver os dois filmes no mesmo dia.
Afetados pela baixa venda de ingressos e uma onda de fechamentos permanentes desde o início da pandemia, o sucesso do fenômeno “Barbenheimer” – auxiliada e incentivada por uma indústria caseira de memes – pode ser exatamente o que os cinemas precisavam.
“As pessoas reconheceram que algo especial estava acontecendo e queriam fazer parte disso”, disse Michael O'Leary, presidente e CEO da Associação Nacional dos Proprietários de Teatro dos Estados Unidos, à CNN.
Contudo, ainda não é garantido que o sucesso de ambos os filmes signifique o "renascimento" da indústria cinematográfica. Filmes de grande orçamento como “The Flash” da DC e “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” da Disney tiveram um desempenho abaixo do esperado neste verão.
Além disso, a greve dos atores e roteiristas de Hollywood sobre salários e condições de trabalho interrompeu temporariamente a produção na maioria dos filmes.
O custo financeiro da pandemia foi imenso. A Cineworld, segunda maior rede de cinemas do mundo e proprietária da Regal Cinemas, entrou com pedido de falência em setembro. A empresa registrou um prejuízo total de US$ 3,3 bilhões (R$ 15,84 bilhões) entre 2020 e 2021. Até agora, a rede fechou 51 das salas de cinema da Regal nos Estados Unidos.
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