Patrícia Ellen, analista especial da COP30, destaca que 2024 foi o ano mais quente da história, com a concentração de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono, atingindo o maior nível em 800 mil anos. "A gente começa a pensar em uma realidade completamente distante da quantidade de anos que a gente imagina", afirma.

Leia Mais

Formação dos "Círculos"

O documento apresenta também os Círculos de Liderança e os quatro pilares da conferência, que o Brasil sediará de 10 a 21 de novembro, em Belém, no Pará. Os círculos atuarão de forma independente e paralela às negociações, com trabalhos que vão auxiliar a Presidência da COP30.

  1. Círculo dos Presidentes da COP
  2. Círculo dos Povos
  3. Círculo dos Ministros da Fazenda
  4. Círculo do Balanço Ético Global

Para Patricia Ellen, os quatro "círculos" reforçam dois pontos importantes: o chamado para juntar as novas tecnologias com as tecnologias ancestrais e a agenda de ação.

Economia Circular e Transição Energética

A economia circular deve ser um dos temas-chave na COP30. Este modelo de produção visa reduzir o desperdício e melhorar a utilização de recursos, sendo fundamental para combater as mudanças climáticas.

Patricia Ellen afirma que a economia circular não tem recebido a atenção necessárias nas COPs tradicionalmente.

"Hoje, 45% das emissões de gases de efeito estufa vem da produção de materiais. Metade disso tem a ver com o uso de terras e a outra metade, indústria", explica a analista especial da COP30. A economia circular propõe eliminar resíduos e poluição, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais.

Nesta semana, o Brasil recebeu o Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF). O evento é uma iniciativa do Fundo Finlandês de Inovação Sitra e é organizado em conjunto com a FIESP, a CNI, a ApexBrasil e o SENAI.

Na nona edição, o fórum aborda temas relevantes de economia circular para a América Latina e o mundo. O evento aconteceu no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

Patricia Ellen esteve presente no Fórum, que teve mais de mil líderes e 150 países representados. "Mostrou a oportunidade da economia circular. Somente no caso do Brasil dá para adicionar entre dez e 20 bilhões de dólares na economia, gerar emprego e renda, mas precisamos trazer esse tema para pauta", destaca a analista.

A transição energética também é destacada como uma ação crucial no combate às mudanças climáticas. O ex-comissário europeu para o meio ambiente, Janez Potočnik, falou à CNN sobre o tema.

"Deve-se adicionar também as soluções baseadas na natureza. Portanto, somente a combinação do lado da oferta, que é a transição energética e o gerenciamento das emissões de gases do efeito estufa, com o lado da demanda e as soluções baseadas na natureza, poderia nos dar resultados eficientes", disse Potočnik.

Com essas iniciativas, a presidência brasileira da COP30 busca mobilizar esforços globais para enfrentar a crise climática, integrando diferentes setores e perspectivas na busca por soluções sustentáveis e eficazes.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais
Tópicos
COP30economia circulartransição energética