O roteiro é conhecido. O Real joga mal, é dominado pelo adversário, mas, de repente, num e de mágica, faz um gol e o jogo se abre. Foi assim em Londres, durante a 18ª decisão europeia do maior time do mundo. O Borussia Dortmund jogou melhor, enfileirou chances perdidas, anulou taticamente o adversário e só teve trabalho com as arrancadas dos brasileiros Vini e Rodrygo.

Após 74 minutos de jogo, numa cobrança de escanteio do especialista alemão Toni Kroos, Carvajal, um lateral pouco afeito à ofensividade e de apenas 1,73m de altura, ganhou das torres da defesa do Dortmund e fez 1 a 0. Bastou para instalar o pânico entre os aurinegros e espalhar entre os espanhóis a confiança acumulada pela hierarquia de um time que somente no século 21 venceu sete vezes a Champions.

Numa conta arredondada, com as 15 taças desde que a competição foi disputada pela primeira vez, em 1955/1956 (vencida pelo próprio Real), o time espanhol ganhou 21,73% das disputas, praticamente uma a cada cinco. Apenas 23 equipes foram campeãs da Europa na história, e o Real acumula 15 conquistas. Quem chega mais perto tem sete, o Milan.

Vinicius Júnior disputou a primeira Champions em 2018/2019. Com o gol marcado ontem, acumula 21 na competição e três conquistas. Sua velocidade e seus dribles sustentaram a esperança do Real Madrid enquanto o Dortmund mandava no jogo. Com o gol em Wembley, ele se torna o primeiro jogador brasileiro a marcar em duas finais de Champions (fez o gol da vitória sobre o Liverpool em 2021/2022).

Desde 2007, com Kaká, que um jogador brasileiro não é eleito o melhor do mundo. Chegou a hora de Vini Júnior. É emblemático que, no período em que ele faz mais um gol decisivo no principal torneio de clubes do mundo, Neymar, que sempre sonhou com o prêmio que Vini merece ganhar, esteja batendo boca com atriz e humorista em rede social.

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