PGR prepara cruzamento de dados após depoimentos sobre plano de golpe
Versões de testemunhas serão comparadas antes de decisão sobre próximas diligências

A Procuradoria-Geral da República (PGR) prepara um amplo cruzamento de dados a partir da conclusão dos depoimentos das testemunhas na ação penal sobre o plano de golpe. Antes de decidir sobre próximas diligências, serão comparadas todas as versões colhidas pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fontes da PGR e do Supremo preveem uma semana "intensa" pela frente, com os depoimentos de ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Marcelo Queiroga (Saúde) e Paulo Guedes (Economia). Também estão na lista os ex-ministros Adolfo Sachsida (Minas e Energia), Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), hoje governador de São Paulo.
De acordo com interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, é preciso verificar em que medida os testemunhos dados ao Supremo vão ou não coincidir. Se forem verificadas contradições a respeito dos fatos, por exemplo, a PGR poderá solicitar a Moraes novas providências que possam ajudar a elucidar o caso, como acareações ou até mesmo medidas de busca e apreensão.
As testemunhas do "núcleo 1" da tentativa de golpe começaram a ser ouvidas no dia 19 de maio e há audiências previstas até o dia 2 de junho. Essa é a primeira fase da instrução criminal. Quando a etapa de produção de provas estiver com todas as diligências concluídas, Moraes deve marcar o interrogatório dos próprios réus. A expectativa é de que isso aconteça no início do segundo semestre.