Luísa Martins
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Em Brasília, atua há oito anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. ou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

PGR prepara cruzamento de dados após depoimentos sobre plano de golpe

Versões de testemunhas serão comparadas antes de decisão sobre próximas diligências

Indicado pelo presidente da República para ocupar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, visita o Senado Federal
Indicado pelo presidente da República para ocupar a Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, visita o Senado Federal  • 29/11/2023 - Roque de Sá/Agência Senado
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) prepara um amplo cruzamento de dados a partir da conclusão dos depoimentos das testemunhas na ação penal sobre o plano de golpe. Antes de decidir sobre próximas diligências, serão comparadas todas as versões colhidas pelo gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fontes da PGR e do Supremo preveem uma semana "intensa" pela frente, com os depoimentos de ex-ministros do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Marcelo Queiroga (Saúde) e Paulo Guedes (Economia). Também estão na lista os ex-ministros Adolfo Sachsida (Minas e Energia), Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura), hoje governador de São Paulo.

De acordo com interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, é preciso verificar em que medida os testemunhos dados ao Supremo vão ou não coincidir. Se forem verificadas contradições a respeito dos fatos, por exemplo, a PGR poderá solicitar a Moraes novas providências que possam ajudar a elucidar o caso, como acareações ou até mesmo medidas de busca e apreensão.

As testemunhas do "núcleo 1" da tentativa de golpe começaram a ser ouvidas no dia 19 de maio e há audiências previstas até o dia 2 de junho. Essa é a primeira fase da instrução criminal. Quando a etapa de produção de provas estiver com todas as diligências concluídas, Moraes deve marcar o interrogatório dos próprios réus. A expectativa é de que isso aconteça no início do segundo semestre.