Chamadas de sanções secundárias, elas atingiriam o Brasil, que importa óleo diesel russo, assim como fertilizantes, e dessa forma contribui para financiar a agressão contra a Ucrânia.

Países europeus também seriam alvo das tarifas. Mesmo assim, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, manifestou na segunda-feira (2) seu apoio à medida.

A União Europeia (UE) propõe reduzir o teto do valor do barril de petróleo russo que pode ser importado pelos países do G7, atualmente em US$ 60. Quando essa sanção foi adotada, em dezembro de 2022, o barril se aproximava dos US$ 86. Hoje, está em torno de US$ 64.

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Entre os membros da UE, a França, Espanha, Bélgica, Holanda e Portugal compram gás natural liquefeito da Rússia.

Itália, Grécia, Hungria, Eslováquia e Bulgária importam gás natural.

Hungria e Eslováquia, cujos governos apoiam o autocrata russo Vladimir Putin, ainda recebem petróleo por oleoduto.

Bulgária, República Checa, Hungria, Eslováquia e Finlândia usam reatores nucleares fabricados pela Rússia que dependem de combustíveis específicos que só os russos produzem.

Em 2022, primeiro ano da guerra em grande escala da Rússia contra a Ucrânia, o Brasil importou 15,9 milhões de metros cúbicos de óleo diesel da Rússia; em 2023, 14,5 milhões e no ano ado, 14,1 milhões.

Só a importação do ano ado soma US$ 7,3 bilhões.

Em abril deste ano, o Brasil desembolsou US$ 737,1 milhões na compra de óleo diesel russo, com um volume de 1,43 milhão de m³, o que representa aumento de 23% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.

A proposta foi apresentada conjuntamente pelos senadores Lindsey Graham, republicano, e Richard Blumenthal, democrata. Graham é bastante próximo de Donald Trump.

O presidente americano ameaçou adotar as sanções secundárias com a tarifa de 500%, mas aparentemente foi mais uma tentativa de pressionar Putin a negociar o fim da guerra com a Ucrânia do que a manifestação de uma intenção real.

Trump não esconde sua afinidade com Putin e é muito mais exigente com a Ucrânia, vítima da invasão russa, do que com a Rússia.

Entretanto, se a proposta ar também na Câmara dos Deputados, um eventual veto de Trump poderá ser derrubado no Senado, dado o apoio quase unânime.

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