Caso a solução funcione a longo prazo, ela poderá representar a manutenção do mercado de modelos de veículos à combustão -- inclusive com motores V8 e maiores --mesmo com o crescimento da indústria de carros elétricos.
“Você poderia até fazer alguns lindos postos de combustível Bugatti para as casas dos proprietários, usando combustíveis sintéticos”, disse o CEO durante o Future of the Car Summit do Financial Times, em Londres, nesta semana.
Rimac, porém, não mostrou nenhum projeto ou algo semelhante, apenas jogou a ideia no ar.
Apesar disso, há bases técnicas e práticas que permitiriam o desenvolvimento da ideia. Isso porque a Porsche, que é detentora de 45% da Bugatti-Rimac, começou a produzir combustível sintético em sua fábrica no Chile em 2022.
O e-fuel da Porsche é feito com água e dióxido de carbono, e toda a energia utilizada no processo vem de turbinas eólicas, o que ajuda a deixar esse combustível mais sustentável.
Atualmente, a planta industrial da marca tem capacidade de produzir 54,8 milhões de litros de combustível sintético anualmente. A ideia é que, após 2028, esse número ultrae os 550 milhões de litros.
A marca de produção desejada para o futuro seria o suficiente para manter os próprios Porsches funcionando com e-fuel, e ainda sobraria um pouco para os donos de Bugatti, afinal, esses são carros com tiragem bem limitada, e os donos não costumam tirá-los da garagem com muita frequência.
Um sinal de que a Bugatti pretende migrar para o combustível sintético foi o anúncio de seu novo motor V16, com quase um metro de comprimento. Segundo a montadora, a intenção é que ele fique na ativa por um tempo.
Em 2035, as leis de emissões de gases ficarão mais severas na Europa, mas, graças a um apelo da Alemanha, os governos abriram uma brecha que o e-fuel fosse aceito como fonte de energia limpa.
Outras montadoras de luxo que trabalham com uma tiragem tão limitada quanto a Bugatti também continuam investindo em motores grandes à combustão. É o caso da Aston Martin, que anunciou um motor V12 biturbo, ainda mais potente que o antigo, de 835 cavalos.
Recentemente, o CEO da Ford, Jim Farley, também mencionou que o Mustang jamais deixará o motor ICE e sinalizou que os e-fuels podem ser a solução para o futuro.